A ação já examinou centenas de pessoas, incluindo crianças de 1 a 9 anos, e realizou testes de acuidade visual
A cidade de Poá segue mobilizada no combate ao tracoma, doença ocular infecciosa que pode levar à cegueira se não for tratada corretamente. Até o dia 13 de setembro, já foram examinadas centenas de pessoas, incluindo crianças de 1 a 9 anos, faixa etária mais vulnerável à infecção. Foram também realizadas 118 medidas de acuidade visual.
A próxima etapa da campanha ocorre no dia 21 de setembro, quando equipes técnicas retornarão aos bairros Jardim Estela, Jardim Madre Ângela e Jardim São José. As visitas têm como objetivo novas tentativas de atendimento nos imóveis em que não foi possível encontrar os moradores anteriormente. Os profissionais, devidamente identificados, realizarão entrevistas, exames e orientações, seguindo protocolos éticos que asseguram a confidencialidade das informações dos residentes.
As atividades contam com a coordenação e apoio da Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Coordenadoria de Controle de Doenças, do Centro de Vigilância Epidemiológica, do Centro de Oftalmologia Sanitária e do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE VIII Mogi das Cruzes).
Como é a ação:
A iniciativa começa com uma entrevista de aproximadamente dez minutos com o responsável por cada residência previamente selecionada, durante a qual são coletados dados pessoais e informações sobre as condições de saúde dos moradores. Em seguida, será realizado o exame ocular externo para identificar sinais da doença, além da medida da acuidade visual. Caso seja identificada baixa acuidade, a equipe fará o encaminhamento para consulta com um especialista.
A participação é voluntária, e os moradores têm o direito de recusar ou desistir da pesquisa a qualquer momento, sem precisar justificar. As informações levantadas serão usadas exclusivamente para fins de pesquisa e vigilância epidemiológica.
Caso seja confirmada a presença da bactéria Chlamydia trachomatis, causadora do tracoma, todos os integrantes da residência receberão gratuitamente uma dose única de antibiótico via oral, tratamento considerado suficiente para eliminar a infecção.
“O tratamento é simples e eficaz. A dose é suficiente para eliminar a bactéria causadora da doença. Além de oferecer diagnóstico e tratamento gratuitos, a ação busca conscientizar a população sobre os cuidados preventivos e ampliar o acesso ao atendimento oftalmológico. É importante que as famílias participem e tenham conhecimento sobre o tracoma também”, explicou o secretário de Saúde de Poá, Silvanei Mamed
O que é o tracoma
O tracoma é uma inflamação crônica da conjuntiva e da córnea causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. A infecção ativa atinge principalmente crianças em idade pré-escolar e escolar, entre 1 e 9 anos.
Os sintomas incluem olhos vermelhos, irritados, lacrimejantes e com secreção, coceira, sensação de areia nos olhos e sensibilidade à luz. Se não for tratado adequadamente, o tracoma pode evoluir com complicações, como cicatrizes na córnea, que prejudicam a visão e, em casos graves, podem levar à cegueira.
A transmissão acontece pelo contato direto com secreções dos olhos de pessoas infectadas, bem como por meio de objetos contaminados, como lápis, canetas, borrachas, toalhas, roupas de cama e lenços. Ambientes coletivos, como escolas e creches, favorecem a propagação.
Como se prevenir
A prevenção depende de hábitos de higiene simples e diários. Entre as medidas recomendadas estão:
- Lavar as mãos e o rosto várias vezes ao dia com água e sabonete;
- Evitar coçar os olhos;
- Não compartilhar toalhas, lenços ou objetos pessoais;
- Preferir dormir sozinho ou, quando isso não for possível, manter a cabeça em lados opostos na cama.
Fotos: SECOM / Prefeitura de Poá